O Google está realizando testes que bloqueiam o acesso ao conteúdo de notícias para alguns usuários do Canadá, em resposta a um novo projeto de lei que exige que as grandes plataformas digitais paguem aos editores de notícias pelo uso de seu conteúdo.
Os testes, com duração de aproximadamente cinco semanas, afetarão menos de 4% dos usuários canadenses, limitando a visibilidade das notícias locais e internacionais em graus variados.
A proposta de Lei de Notícias Online do Canadá, também conhecida como "Bill C-18", está em consideração pelo Senado do país. Em um tweet, o ministro do patrimônio canadense, Pablo Rodriguez, disse que os cidadãos não serão intimidados pelo comportamento do Google e que os gigantes da tecnologia devem compensar os jornalistas pelo uso de seu trabalho. "É decepcionante saber que o Google está tentando bloquear o acesso a sites de notícias", afirmou.
De acordo com Shay Purdy, porta-voz do Google, a empresa realiza milhares de testes anualmente para avaliar possíveis mudanças. O Google tem sido transparente em sua preocupação de que o projeto de lei é muito amplo e pode afetar negativamente os produtos que os canadenses usam diariamente. Porém, a empresa continua comprometida em apoiar um futuro sustentável para as notícias no Canadá e oferecer soluções que possam corrigir o projeto de lei.
Casos semelhantes
No ano passado, a Austrália introduziu uma lei parecida que também foi contestada pelo Google e Facebook. No entanto, foi o Facebook que bloqueou preventivamente o conteúdo de notícias para seus usuários por cerca de uma semana, a fim de garantir emendas ao Código de Negociação de Mídia de Notícias da Austrália.
O bloqueio reduziu o tráfego para sites de notícias australianos em cerca de 30% e foi criticado por impactar conteúdos não relacionados às notícias, como as páginas oficiais do governo.
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