Para desespero de pintores e ilustradores do mundo, mais uma tecnologia se junta aos conhecidos Dall-E2, Midjourney e demais ferramentas de IA criadoras de imagem: agora são três cães robóticos da Boston Dynamics que, treinados durante quatro meses pela artista plástica polonesa Agnieszka Pilat, irão criar obras ao vivo durante a exposição NGV Triennial 2023.
Durante o evento, realizado de 3 de dezembro de 2023 a 7 de abril de 2004 pela Galeria Nacional de Victoria, em Melbourne, na Austrália, os três pets cibernéticos, normalmente fabricados para tarefas de inspeção e coleta de informações, irão performar um "monolithic durational work", instalação de arte normalmente projetada para um período.
O grande diferencial, explicam os curadores da NGV 2023, é que os cães-robôs pintarão sozinhos, sem qualquer intervenção humana. A performance, que será acompanhada pelo público presente, é um upgrade na obra de Pilat, que imagina esses trabalhados criados por IA futuramente reverenciados a expressão primitiva de uma arte feita por robôs.
Por que a artista decidiu treinar cães-robôs para pintar?
O primeiro contato de Pilat com os cães-robôs da Boston Dynamics – empresa comprada pela Hyunday em 2021 – foi pintar um retrato do Spot, o modelo mais famoso da companhia. Encantada com o poder das máquinas, a artista logo adotou um desses spots e o levou para morar com ela em Nova York, batizando-o de Basia.
Especialista em retratar temas tecnológicos para explorar a relação entre humanos e máquinas no século XXI, Pilat se descreve como uma tecno-otimista e os cães-robôs como “brincalhões” e “parceiros da humanidade”.
No Instagram, Agnieszka afirma que o objetivo do seu trabalho é dar voz à tecnologia. Dessa forma, treinar os cães da Boston Dynamics equivaleria ao trabalho feito por Diego Rivera pela classe trabalhadora. Será que, adaptando o famoso muralista espanhol, ela dirá que os robôs são o motor da sociedade e merecem ser valorizados e respeitados?
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