Ao ver o CEO do TikTok, Shou Zi Chew, falar perante o Congresso dos EUA na quinta-feira (23), pouco poderiam imaginar que o executivo de 40 anos trabalhava, em 2009, no Facebook como estagiário. Agora, 14 anos depois, ele comanda uma plataforma que é uma “pedra no sapato” de Mark Zuckerberg.
Logo depois de se mudar de Cingapura, onde nasceu, para Londres, para cursar Economia na tradicional UCL (University College London), Chew rumou para os EUA. Lá, graduou-se em Energia Elétrica pela Universidade de Michigan, e estagiou no banco de negócios Goldman Sachs e também no Facebook, antes de concluir seu MBA na Harvard Business School.
Fluente em mandarim e inglês, Chew passou seis anos como diretor financeiro da Xiaomi, até ingressar na gigante chinesa Byte Dance, onde logo assumiu a direção do aplicativo TikTok, no lugar do americano Kevin Mayer. Hoje, o aplicativo é o mais baixado no mundo, segundo a empresa de pesquisa de mercado Statista.
Concorrente ou espião?
Logicamente, o sucesso do aplicativo chinês passou incomodar muitas pessoas poderosas do Ocidente, oposição que ficou mais intensa a partir de março do ano passado, quando o TikTok passou a coletar informações dos seus usuários – do tipo mensagens, informações de compra, preferência e localização – como fazem outras companhias como o Snapchat e o próprio Facebook.
Foi o que bastou para soar o alarme ideológico de Washington, que acusa o aplicativo de estar repassando informações para o governo chinês. Sob fogo cerrado dos congressistas e uma ameaça de banimento no país pelo presidente Joe Biden, Chew foi se defender perante o Comitê de Comércio e Energia da Câmara dos Representantes.
Sobre essas preocupações com segurança, privacidade e manipulação de dados, o CEO do TikTok disse aos congressistas que elas não são "exclusivas para nós. As mesmas questões se aplicam a outras empresas", concluiu.
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