O empreendedorismo consciente envolve a criação e gestão de um negócio a fim de gerar valor tanto para o mercado, quanto para a sociedade.
Ou seja, o conceito considera, além de apenas o lucro, o impacto social e ambiental que uma empresa causa.
O conceito de capitalismo consciente foi proposto em 2007 pelo empresário John Mackey, CEO da rede de supermercados Whole Foods, no artigo "Capitalism and Consciousness" para a revista Harvard Business Review.
O argumento é que o capitalismo, como sistema econômico, pode se adaptar às necessidades atuais e ser transformado em uma força positiva para a sociedade se as empresas adotarem uma visão mais ampla de seus propósitos, buscando não apenas o lucro, mas também um impacto positivo na sociedade e no meio ambiente.
E como eu posso empreender, gerar valor para o mercado, ganhar dinheiro e ainda gerar valor para a sociedade? São quatro os pilares que o empreendedorismo consciente contempla: Propósito Maior, Orientação para Stakeholders, Cultura Consciente e Liderança Consciente.
Propósito Maior
Hoje uma organização sem propósito está fadada à morte. O propósito é a razão pela qual a organização existe e é o que vai guiar toda a estratégia e cultura junto aos seus colaboradores, parceiros, clientes e outras relações. Se você está empreendendo e ainda não tem isso claro, ainda dá tempo de parar, refletir e ajustar o caminho.
Orientação para stakeholders
Uma empresa nada mais é do que a interlocução e a relação entre pessoas: pessoas fazem algo, criam produtos e serviços para outras pessoas, com ajuda de um grupo diferente de pessoas e com ferramentas que as pessoas criaram. De pessoas para, e com, pessoas. O olhar humano e orientado às pessoas fortalece as relações e alavanca a organização em direção a seu propósito.
Cultura consciente
A cultura é a maneira que um grupo de pessoas convive e se relaciona. Com uma cultura organizacional consciente, o time é capaz de trabalhar junto de maneira ética e transparente a caminho do propósito e geração de valor aos públicos envolvidos.
Uma cultura consciente valoriza pessoas, fomenta a diversidade e a inclusão, criando ambientes de trabalho mais acolhedores, igualitários e respeitosos, se preocupa com o bem-estar do time, promovendo a saúde, a segurança e a qualidade de vida no ambiente de trabalho.
Liderança consciente
Os pilares anteriores não são possíveis sem uma liderança madura e consciente, ela vai orquestrar junto ao time a geração de valor junto aos stakeholders e desempenho para a organização atingir seus objetivos e metas.
E como funciona na prática?
Na DeÔnibus, nos deparamos com o conceito em 2020 com a pesquisa Empresas Humanizadas, que mede o nível de consciência das organizações através de uma pesquisa com seus stakeholders, ou públicos de interesse: liderança, colaboradores, clientes, parceiros e sociedade.
O relatório da pesquisa nos dá um diagnóstico muito claro de como a empresa está em cada um dos pilares, o necessário para que se faça um plano de ação efetivo para evoluir. Além do diagnóstico, cada empresa recebe seu selo, de acordo com o nível que se encontra.
Além da pesquisa Empresas Humanizadas, pesquisas internas podem dar indicadores importantes ao longo do ano, para que mudanças de percurso possam ser feitas.
A partir do diagnóstico, é feito um plano de ação para agir em cima dos pontos mais fracos e para manter os pontos fortes. Na DeÔnibus, por exemplo, tivemos insights para trabalhar estrutura organizacional, comunicação e direcionamento da liderança e criação de novos rituais de gestão.
Em conclusão, se você empreende ou pensa em começar, pare e reflita como seu negócio pode criar uma cultura de priorização do bem estar das pessoas e do planeta além de considerar os lucros financeiros, não tenho dúvidas que há muito espaço.
Como diz Joseph Jaworski, "Liderar é sobre criar condições para continuamente ampliar a consciência humana sobre a realidade e sobre como contribuir com o desenvolvimento do mundo ao seu redor. Ultimamente, liderar tem a ver com a criação de novas realidades."
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