Em um feito notável, a Parker Solar Probe (PSP) alcançou uma distância impressionante de 8,5 milhões de quilômetros do Sol em novembro de 2021. Essa manobra audaciosa permitiu que a sonda coletasse informações detalhadas sobre a complexa estrutura do vento solar, responsável por transportar partículas carregadas para o Sistema Solar via aberturas na coroa solar.
Liderados pelos físicos Stuart Bale, da Universidade da Califórnia, Berkeley, e James Drake, da Universidade de Maryland, College Park, foram analisados os dados coletados pela sonda e obtido resultados significativos para entender o processo que gera o vento solar rápido.
Compreender o mecanismo por trás do vento solar é de extrema importância para questões práticas aqui na Terra, como explica Drake: "O vento solar transporta muitas informações do Sol para a Terra, então compreender esse mecanismo é crucial por razões práticas. Isso afetará nossa capacidade de entender como o Sol libera energia e impulsiona as tempestades geomagnéticas, que representam uma ameaça para nossas redes de comunicação."
Durante sua aproximação do Sol em novembro de 2021, a PSP encontrou um buraco coronal e os dados revelaram que ele se assemelha a um chuveiro, com jatos emergindo em intervalos uniformemente espaçados a partir de locais onde as linhas do campo magnético se estreitam e se expandem a partir da superfície do Sol.
Os buracos coronais são ocorrências comuns na atividade solar. O Sol possui um campo magnético complexo, e as alterações nesse campo magnético se manifestam como fenômenos na coroa. Esses buracos se formam quando as linhas do campo magnético se estendem para fora, em vez de formarem loops fechados, resultando em uma região mais fria e menos densa de plasma dentro da coroa solar.
Um mecanismo potencial para a geração do vento solar envolve a reconexão de campos magnéticos abertos e fechados, conhecido como reconexão de intercâmbio. Outra explicação plausível é a aceleração de partículas devido a ondas eletromagnéticas nos buracos coronais, especificamente as ondas de Alfvén, resultantes da interação entre fluxos convectivos e campos magnéticos.
A análise dos dados coletados pela sonda Parker revelou partículas viajando em velocidades incrivelmente altas, de 10 a 100 vezes a velocidade média do vento solar. Essa descoberta está mais alinhada com a reconexão de intercâmbio do que com a aceleração das ondas de Alfvén, o que é consistente com descobertas recentes baseadas nos dados da PSP.
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