*Este texto foi escrito com base em informações de agências e autoridades sanitárias, hospitais e especialistas em saúde.
Com alta capacidade de processamento de dados, aprendizado contínuo e automação de tarefas complexas, as inteligências artificiais (IA) podem impulsionar avanços em diferentes áreas da humanidade, como na economia, transporte, ciência, tecnologia e medicina. Inclusive, IAs semelhantes ao ChatGPT podem ajudar a revolucionar o setor da saúde, principalmente, em previsões médicas.
Muitos especialistas acreditam que as IAs podem melhorar significativamente a qualidade de vida das pessoas em todo o mundo, sobretudo, em relação às possibilidades na medicina. De qualquer forma, é importante lembrar que a ética no setor de IA ainda é uma grande preocupação em todo o mundo, não é à toa que profissionais estão debatendo sobre o tema a fim de evitar possíveis problemas que envolvem questões de privacidade e de impacto social.
“A inteligência artificial é boa em coisas como reconhecimento de padrões. É ótimo para filtrar grandes quantidades de dados para encontrar algo que os humanos não são capazes de encontrar ou levariam anos para encontrar. Por outro lado, os seres humanos são ótimos em sabedoria, bom senso, empatia e criatividade, todos de vital importância quando você pensa sobre o processo de cuidado”, disse o diretor nacional de IA na área de Ciências da Saúde e da Vida na Microsoft, Tom Lawry, em entrevista a revista Forbes.
Afinal, a revolução das IAs impactará no futuro da saúde mundial?
Organizações em todo o mundo começaram a estudar maneiras de aplicar a inteligência artificial no setor da saúde. Inclusive, já existem alguns casos de uso na área — um dos estudos mais recentes usou a tecnologia para prever eficácia no tratamento contra câncer de mama.
Um dos principais usos da IA é na previsão, seja para prever tratamentos mais eficazes para pacientes com algum tipo de câncer ou no diagnóstico de algumas doenças. As previsões são realizadas a partir da técnica de aprendizado de máquina.
Por exemplo, algumas equipes de saúde já estudam o uso do processamento de linguagem das IAs para treiná-las a interpretar os exames dos pacientes. Nesse caso, a partir de um banco de dados de milhares de pacientes, a inteligência artificial pode ser uma peça fundamental para oferecer diagnósticos mais rápidos e certeiros, já que ela pode analisar e comparar dados que não são identificados pelo olho humano.
As IAs podem oferecer milhares de usos na área da saúde, contudo, especialistas acreditam que maior mudança será nos fluxos de trabalho dos médicos e outros profissionais hospitalares. Poderemos automatizar diversas tarefas repetitivas e ajudar em resultados de exames mais assertivos, possibilitando que os profissionais da área estejam focados em questões mais importantes.
Um das regiões que já está testando o uso de aprendizado de máquina no setor da saúde é Singapura, no continente asiático, em uma missão para gerenciar a saúde de pessoas diagnosticadas com pré-diabetes. A cidade-estado usou dados de cerca de cinco milhões de cidadãos para criar um programa de dicas diárias personalizadas, a fim de reduzir o consumo de açúcar e evitar o aumento de casos de diabetes — apenas alguns pacientes foram selecionadas para participar do programa.
ChatGPT: o uso da IA na saúde
Em algumas áreas da saúde, a inteligência artificial já está sendo utilizada para auxiliar na previsão de diferentes doenças. Contudo, especialistas destacam algumas preocupações sobre o uso atual das IAs, como a educação de médicos sobre o tema, a própria validação das IAs e todas as questões éticas sobre o uso de dados pessoais.
7 áreas da saúde que já usam a IA para prever doenças:
• Cardiologia;
• Medicina pulmonar;
• Endocrinologia;
• Nefrologia;
• Gastroenterologia;
• Neurologia;
• Oncologia.
Alguns estudiosos acreditam que o próprio ChatGPT será usado em muitas aplicações da saúde, seja para realizar o diagnóstico prévio de doenças ou para buscar por tratamentos específicos para os pacientes.
Segundo o diretor nacional de IA da Microsoft, atualmente, os sistemas de saúde ainda não estão usando a tecnologia de forma totalmente eficaz, mas afirma que isso é um problema causado pelos líderes mundiais. Ele acredita que os governos devem entender a real aplicabilidade da IA na área da saúde para começarem a usá-la de forma efetiva na sociedade.
“É realmente sobre os líderes entenderem os recursos da IA hoje e, em seguida, observarem como aplicá-la para agregar valor. O valor da IA não vem da tecnologia; vem da mudança de fluxos de trabalho clínicos e processos operacionais. A IA agrega valor de apenas uma ou duas maneiras: agrega valor automatizando a maneira como o trabalho é conduzido ou aumentando a maneira como o trabalho é feito”, disse Tom.
É importante destacar que os especialistas acreditam que os médicos devem ter a palavra final durante o uso de inteligências artificiais. Ou seja, por enquanto, é provável que os médicos não sejam completamente substituídos por IA, mas o setor pode evoluir significativamente com o auxílio de tecnologias de aprendizado de máquina.
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