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Primeira rede de telescópios robóticos começa a atuar em cinco continentes
Ciência e Espaço Primeira rede de telescópios robóticos começa a atuar em cinco continentes

A Burst Observer and Optical Transient Exploring System (BOOTES) é a primeira rede de telescópios robóticos que foi implantada em cinco continentes, após quase 25 anos de esforços para concluir o desenvolvimento do projeto. As informações foram publicadas na revista científica Frontiers in Astronomy and Space Sciences, no dia 16 de janeiro.

O projeto é um desenvolvimento do Instituto de Astrofísica da Andaluzia (IAA) da Agência Estatal Conselho Espanhol de Pesquisas (CSIC), da Universidade de Málaga e de outras instituições na Espanha e em outros países. Ao todo, foram duas instalações na Espanha e uma em cada um dos seguintes países: Nova Zelândia, China, México, África do Sul e Chile.

A rede de telescópios foi desenvolvida para utilizar informações sincronizadas de diferentes fontes nos cinco continentes, permitindo uma visualização rápida em tempo real de eventos astronômicos. O uso da rede é principalmente voltado para eventos de fontes transitórias, que emitem luz de forma breve, intensa e rápida — diferente de outras observações de objetos com emissão permanente.

"BOOTES é o resultado de quase vinte e cinco anos de esforço contínuo, desde que instalamos a primeira estação em 1998 no Instituto Nacional de Técnica Aeroespacial (INTA), instituição que inicialmente apoiou o projeto. A implantação completa representa um marco científico, pois é a primeira rede robótica com presença em todos os continentes", disse o cientista do IAA-CSIC e coautor principal do artigo, Alberto J. Castro-Tirado.

Telescópios robóticos

Conforme explica o artigo, a rede BOOTES deve ajudar na observação das explosões de raios gama, associadas à morte de estrelas massivas. Normalmente, são usados satélites para avisar sobre eventos de raios gama, contudo, a rede funcionará muito melhor por conta da sua velocidade — além desse tipo de observação, os telescópios robóticos podem identificar cometas, asteroides, estrelas variáveis, supernovas e outros objetos que emitam ondas gravitacionais.

Apesar de ter finalizado a implementação apenas em 2023, o projeto começou a se destacar anos antes: foram realizadas ótimas observações em 2017, quando foram detectados os primeiros dados de uma contraparte eletromagnética de uma onda gravitacional, nomeada de GW170817. Em 2020, a BOOTES observou ondas de rádio de duração curta encontradas na Via Láctea e, em 2021, detectou pulsos em uma explosão magnética de uma estrela de nêutrons.

 


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