No dia 4 de fevereiro, um suposto balão espião chinês foi abatido na costa da Carolina do Sul por caças dos Estados Unidos e levantou algumas preocupações nas autoridades americanas.
O governo dos Estados Unidos afirma que o balão, que sobrevoou a América do Norte por mais de uma semana antes de ser abatido, carregava equipamentos capazes de interceptar e geolocalizar comunicações.
O que é o balão, afinal?
Após declarações dos Estados Unidos sobre o monitoramento do suposto balão espião chinês, a China fez um comunicado afirmando que o dirigível que sobrevoou os EUA é de natureza civil e foi desviado do seu curso natural.
A China mencionou que ele é utilizado para fins de pesquisa meteorológicas e científicas e foi desviado para solo norte-americano devido à influência dos ventos do Oeste e da limitada capacidade de controle do equipamento.
Por que o balão foi derrubado?
Antes de ser abatido, o balão sobrevoou cerca de uma semana durante o espaço aéreo dos Estados Unidos. Apesar dos diversos esforços da China para garantir que ele era um equipamento para fins meteorológicos, os EUA não aceitaram que havia sido um “acidente”.
Inicialmente, autoridades do alto escalão aconselharam o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a não derrubar o balão enquanto ele estava sob espaço aéreo de risco para pessoas devido sua carga, tamanho e altitude.
Quando o balão passou a sobrevoar sob o Oceano Atlântico, Joe Biden deu a ordem de execução e o Pentágono enviou aviões de caça F-22 e F-15 para derrubá-lo.
Os esforços de recuperação começaram imediatamente após a queda do balão. Navios da Marinha e da Guarda Costeira dos EUA patrulharam a área para encontrar destroços e qualquer pista sobre o equipamento.
Os materiais resgatados do balão abatido estão sendo enviados para o laboratório do FBI na Virgínia, para serem examinados. Segundo a agência de notícias DW, os Estados Unidos afirmam ter encontrado antenas e painéis solares entre os restos do balão.
Até o momento, as equipes conseguiram retirar partes da cobertura do balão, além de alguns fios, mas a maioria dos destroços permanece no oceano.
O que diz a China?
O Ministério das Relações Exteriores da China acusou os EUA de “violarem seriamente a prática internacional” após derrubarem seu balão.
Tan Kefei, porta-voz do Ministério da Defesa da China, falou, em comunicado, que “os EUA usaram força para atacar nosso dirigível civil não tripulado, o que é uma reação exagerada óbvia. Expressamos protesto solene contra esta ação do lado dos EUA”.
O comunicado também dizia que a China “pediu claramente aos Estados Unidos para lidar com isso de forma calma, profissional e contida.”
O que diz os Estados Unidos?
Os Estados Unidos não aceitam as alegações da China de que o balão era utilizado para fins de pesquisa meteorológica.
Um funcionário de alto escalão do governo americano diz que “era um balão da vigilância da República Popular da China (RPC)” e que ele atravessou os Estados Unidos e Canadá em busca de monitorar locais militares sensíveis.
Antes de ser abatido, o balão passou por áreas de segurança sensíveis, como um campo em Montana, onde mísseis balísticos intercontinentais com armas nucleares estão prontos para serem lançados em silos subterrâneos.
Quais as possíveis consequências?
As consequências diplomáticas foram consideráveis, aumentando tensões entre Washington e Pequim.
Recentemente, o Pentágono admitiu que o Ministro da Defesa da China, Wei Fenghe, recusou um pedido para falar com o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, depois do acontecimento.
Além disso, o secretário de Estado, Antony Blinken, adiou sua viagem a Pequim na sexta-feira (03), horas antes de partir, e disse, em conversa com o diretor do Escritório Central de Relações Exteriores da China, Wang Yi, que “não seria apropriado visitar a China agora” devido ao incidente com o balão.
Desde a derrubada do balão Chinês, no dia 4 de fevereiro, pelo menos outros três objetos voadores de natureza semelhante foram abatidos na América do Norte.
Na sexta-feira (10), os EUA derrubaram um objeto voador no norte do Alasca. No sábado (11), outro objeto foi abatido em Yukon, no Canadá. No domingo (12), novamente um objeto voador foi derrubado pelos EUA no lago Huron, que fica próximo da fronteira com o Canadá.
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