Buracos negros ultramassivos podem ser vistos no centro de apenas alguns aglomerados galácticos do universo. Eles estão entre os maiores e mais pesados objetos que existem. A título de comparação, a massa deles pode equivaler a 10 bilhões de vezes o nosso Sol.
Agora, uma simulação levou os astrônomos até uma galáxia rara com três buracos negros supermassivos, que podem vir a formar um objeto muito mais pesado. Para se ter uma ideia, essa junção pode ser muito mais pesada do que toda nossa Via Láctea.
Para observar como os buracos negros ultramassivos se formam, os pesquisadores criaram em um supercomputador uma simulação do universo 11 bilhões de anos atrás, período conhecido como meio-dia cósmico. O resultado do experimento foi publicado na revista The Astrophysical Journal Letters. Os astrônomos observaram três galáxias se fundindo, cada uma com um quasar — buraco negro ativo.
A formação do objeto ultramassivo aconteceu depois que os três quasares se encontraram. Ao se juntarem, eles ficaram ainda mais ativos e começaram a engolir todo gás e poeira próximos — até que ficasse 300 bilhões de vezes mais pesado que o Sol.
“Encontramos um sistema muito raro contendo um quasar trigêmeo na época do meio-dia cósmico – cerca de 11 bilhões de anos atrás, quando galáxias e buracos negros supermassivos atingiram seu pico de atividade. O sistema é composto por três quasares brilhantes alimentados por buracos negros supermassivos, cada um residindo em galáxias massivas com cerca de 10 vezes a massa da nossa galáxia, a Via Láctea.”
Yueying Ni, principal autor do estudo, em resposta ao LiveScience
Formação dos gigantes ultramassivos
Na simulação, os três buracos negros levaram cerca de 150 milhões de anos para se unirem completamente, até que começaram a se alimentar do material ao redor e chegaram a um tamanho que os astrônomos não conseguiam entender antes.
Com a simulação, os astrônomos também especulam o motivo de não existirem tantos buracos negros ultramassivos. Eles apontam que, como é difícil encontrar uma galáxia com três quasares, consequentemente é raro achar esses objetos gigantes do universo.
“Embora, em geral, esperemos que sistemas mais massivos hospedem buracos negros mais massivos, os buracos negros ultramassivos são indescritíveis, porque o crescimento do buraco negro é um processo bastante auto-regulado. Em um sistema/galáxia isolado, quando um buraco negro cresce o suficiente, ele deposita um forte feedback em seus arredores e se limita a um crescimento mais rápido.”
Yueying Ni
Os astrônomos acreditam que buracos negros ultramassivos surjam em eventos muito raros e específicos, mesmo em fusões de menor escala.
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